Apesar disso, peguei o livro e decidi dar uma folheada. Não devido a qualidade do autor, ou a sua excentricidade, mas sim por outro motivo, que certamente desperta curiosidade em outros escritores: seu estrondoso sucesso comercial.
O livro todo é uma grande entrevista, sendo cada capítulo relacionado a um assunto: religião, política, leitores, escrita. Escrita. Por este capitulo, me decidi. Peguei o livro emprestado para aprender um pouco sobre o autor brasileiro mais traduzido de todos os tempos.
O que achei do livro? Passei a conhecer o ponto de vista do autor em vários assuntos abordados no livro, alguns sem a menor importância ou do tipo fofoca. O ultimo capitulo do livro, uma conversa entre Paulo Coelho, Juan Arias (o entrevistador) e algumas adolescentes não tem nada a ver com coisa nenhuma e não acrescenta nada, e o capitulo de escrita, que pensei tão promissor, teve apenas algumas boas perguntas.
Apesar disso, gostei de algumas respostas do autor, realmente construtivas, mesmo no capitulo chamado de "os sinais", com temas voltados a religião e a espiritualidade, assuntos que não costumo discutir ou dar muita bola. Mas uma resposta do mago disse muito do que penso e que vejo acontecer por aí. Está transcrita abaixo:

Resposta: Para mim, o fato formal de crer ou não em Deus não muda nada. Conheço ateus que se comportam em sua vida mil vezes melhor que muitos que se dizem crentes. Porque às vezes o crente tem a tentação de se converter em juiz de seu próximo pelo fato de que acredita em Deus. Para mim, um ateu é o que manifesta Deus só através de suas obras. Como dizia Santiago, o apóstolo, o que nos permite reconhecer-nos como filhos de Deus são as obras, não nossa profissão de fé. "Mostra-me suas obras e eu te mostrarei tua fé", dizia.
Fonte: livro Confissões de um peregrino – Juan Arias (entrevistando Paulo Coelho).
Editora Objetiva
Então, voltando ao livro... É uma leitura que recomendo? Sim, se você não tem um bom livro em mente. Não é coisa do outro mundo, mas tem boas informações, apesar do papo seguir muito para o lado espiritual, que não agrada a qualquer um. Recomendaria especialmente para quem é fã do autor. Para os demais, podem existir outras opções mais promissoras.
Boa leitura!
Abraços.
Thiago Rulius
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