domingo, 2 de dezembro de 2012

Fórum das Letras 2012 - Resenha


                Finalmente estou postando a cobertura do Fórum das Letras 2012. O evento mais uma vez foi excelente, todos os quatro debates que participei foram de ótimo nível. Certamente estarei de volta a Ouro Preto no evento de 2013. A cidade também ajuda muito, com suas várias opções culturais rodeados de história, além de alguns bares e restaurantes legais. Neste ano, nos dedicamos a visitar galerias de arte e ateliês dos pintores locais quando não assistíamos aos debates. Voltamos para casa com um quadro que é uma verdadeira obra de arte.
                Ela nem me conhece, mas parabéns a Guiomar por ter “desistido de desistir” do Fórum das Letras deste ano. Correu tudo muito bem. Seria um fim de ano muito melancólico para os mineiros terminar o ano apenas com a fraca bienal do livro, que foi pouco mais que um grande mercado de livros encalhados. Vida longa ao Fórum das Letras.
                Abaixo um resumo dos debates que participei.


23/11/2012
18h – Como Publicar o primeiro livro?
Participantes: Ana Maria Santeiro, Luisa Geisler, Luize Valente, Olavo Romano de Sant´Anna
Mediação: André Luis Carvalho

Excelente debate. Luize Valente contou como conseguiu lançar seu primeiro livro pela Record após chegar até eles na cara e na coragem, como apenas uma sucinta carta (email) de apresentação.
Luiza Geisler contou sobre a experiência de ter vencido por duas vezes o prêmio SESC de literatura, e como ela jamais imaginava vencer este concorrido concurso quando participou da primeira vez, com seu livro de contos Contos de Mentira.
Olavo contou como conheceu um editor casualmente, através de seu emprego a época, e ao mostrar alguns textos de sua autoria abriu as portas para sua carreira de escritor.
E o principal: Ana Santeiro, agente literária, mostrou um lado diferente, a visão que leitores e escritores não têm muito contato e muitas vezes desconhecem. Contou como é o trabalho do agente, a representação dos autores e tudo mais que este profissional ainda pouco comum no mercado brasileiro faz.
Não por acaso, as perguntas do publico foram direcionadas principalmente a agente Ana, que trouxe uma ótica diferente ao debate.
Tive a oportunidade de bater um papo com a Luize Valente ao fim do debate. Perguntei a ela se existiu, da parte dela, algum trabalho de buscar uma leitura critica após a conclusão de seu livro O Segredo do Oratório. Ela disse que procurou leitores que considerava como qualificados, mas não uma leitura critica contratada. Me disse para, a partir do momento que acreditar no meu texto, buscar uma editora na cara e na coragem e ver sua aceitação. É o que pretendo fazer no inicio do ano que vem.


19:30h – A produção de biografias
Participantes: Lucas Figueiredo, Paulo Markun, Jorge Ferreira
Mediação: Mateus Pereira

Este debate, se não foi tão rico em relação ao trabalho dos biógrafos, foi muito rico no aspecto histórico. Todos os debates com o Lucas Figueiredo são certeza de muitos casos interessantíssimos e muito enriquecedores. Foi a terceira vez que o vi falar e ele mais uma vez não decepcionou. Seus parceiros de mesa Paulo Markun e Jorge Ferreira souberam acompanhá-los com boa desenvoltura. Jorge Ferreira contou um caso interessantíssimo de como conseguiu cartas de João Goulart com uma família que viveu com ele no exílio, e Lucas Figueiredo contou sobre os bastidores curiosos da vida do Marcos Valério.
Somente pelos preços não muito atrativos (e pela fila de livros que tenho para ler em casa) não comprei lá a biografia do João Goulart.
Para quem se interessa por história, foi um bate-papo de primeira linha.


24/11/2012
16h – A trajetória do livro impresso e digital do autor ao leitor
Participantes: Bernardo Ajzenberg, Sérgio França, Thales Guaracy
Mediação: Guiomar de Grammont

                Palestra realizada no anexo do museu da inconfidência, local muito mais modesto e com muito menos lugares que o bacana cine vila rica, o que fez com que o debate estivesse lotado.
                Foi um ótimo bate-papo sobre o livro digital e as mudanças que trará (ou não) ao mercado. Novamente o fato de editores estarem envolvidos no debate enriqueceu muito o evento. A colocação da “visão da editora” sobre as mudanças do livro digital ... Pontos como a chegada da Amazon.com, E-pub (formato de livro digital), DRM (proteção contra pirataria de ebooks), Self-Publishing (auto-publicação), também foram discutidas. Na real, não houve discussão sobre trajetória nenhuma, o papo girou sempre relacionado a chegada do livro digital e o que ele vai causar no mundo das editoras e no mercado.
                Queria ter perguntado a opinião de Sérgio França em relação ao DRM “light” usado pela J. K. Rowling, autora da série Harry Potter, onde a única proteção para evitar a distribuição de cópias piratas dos livros do bruxo é o nome e numero de documento do comprador (que não vai querer deixar seus dados pessoais correndo pela rede).


18h – Processos e rituais que o escritor usa para criar
Participantes: Fernando Molica, Bernardo Ajzenberg, Santiago Nazarian
Mediação: André Nigri

                Debate interessante sobre a forma de trabalho dos escritores envolvidos no debate: um trabalha de porta fechada em silêncio absoluto, outro ouvindo som, de manhã ou a noite, nem todos trabalham todos os dias (como sempre afirmam ser necessário por aí), se todas as idéias são aproveitadas (claro que não), quanto tempo levam para produzir (Santiago levou vinte dias para um e três anos para outro, e disse que o livro escrito em vinte dias é o preferido do publico).
                O debate focou essencialmente nestas “curiosidades” que temos em relação ao trabalho de escritores maduros, com vários livros publicados, em que acabamos procurando semelhanças com o nosso próprio método de trabalho. Claro que isso não vai dizer se um escritor amador que tem um processo parecido com um destes escritores vai deslanchar. Muito mais importante que o método, é o texto produzido. Mas pelo menos temos a possibilidade de saber que as coisas “erradas” que fazemos, como negligenciar idéias ou ficar duas semanas sem pegar no texto, também ocorrem com escritores publicados, o que pode ser um alívio, afinal, não estamos indo tão mal assim.
                O outro autor convidado, Fabricio Carpinejar, passou mal e não compareceu. Uma pena, já que ele é uma figura peculiar e deve ter processos de trabalho também exóticos.
               

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Fórum das Letras 2012 - Programação

A programação do fórum das letras 2012 já foi divulgada:

22 de Novembro (Quinta)
    
08:30 - Fórum das Letrinhas 
Trem Literário: Livro “O menino que amava trens”, Walmir Ayala
Esquete Teatral no trem
Partidas: 8h30 - Estação de Mariana
11h - Estação de Ouro Preto
13h30 - Estação de Mariana
16h - Estação de Ouro Preto
  
09:30 - Fórum das Letrinhas 
Espetáculo “Conto um canto, canta um conto”
Local: Tenda do Trem da Vale
  
14:00 - Oficina “Como se faz um livro?” 
"A editoração de livros científicos”
Andreia Amaral (Civilização Brasileira), Gilson Iannini (Autêntica – UFOP)
Local: Anexo do Museu da Inconfidência (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
 
Oficina “Como se faz um livro?” 
“Desafios da Editoria de Não-Ficção no Brasil”
Carlos Andreazza (Record), Cristiane Costa (Nova Fronteira)
Local: Anexo do Museu da Inconfidência (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
  
19:00 - Programação principal - Fórum das Letras 
Abertura oficial
Conferência de abertura: O Livro das Horas
Nélida Piñon. Mediação: Guiomar de Grammont
Cine Vila Rica (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
  

23 de Novembro (Sexta)
    
10:30 - Ciclo Jornalismo e Literatura 
“Jornalistas no mundo dos livros: o fazer editorial”
Cristiane Costa (Jornalista / Nova Fronteira). Mediação: Carlos Andreazza (Record)
Local: GLTA (Rua Paraná, n°136 – Centro)
  
14:00 - Oficina Como se faz um livro? 
“A importância do Marketing na Comercialização do Livro”
Bruno Zolotar (Record), Roberta Machado (Record)
Local: Anexo do Museu da Inconfidência (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
 
15:30 - Oficina Como se faz um livro? 
“O Livro nas Livrarias: comercialização e distribuição”
Daniel Louzada (Livrarias Saraiva)
Local: Anexo do Museu da Inconfidência (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
 
17:30 - Programação principal - Fórum das Letras 
“Como publicar o primeiro livro?”
Ana Maria Santeiro, Luisa Gleiser, Luize Valente
Cine Vila Rica (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
  
19:00 - Programação principal - Fórum das Letras 
“Problemas e dificuldades na produção de um ensaio”
Jorge Ferreira, Lucas Figueiredo, Lucília Neves. Mediação: Paulo Markun
Cine Vila Rica (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
 

24 de Novembro (Sábado)
    
10:30 - Ciclo Jornalismo e Literatura 
“Narrativas autorais no jornalismo”
Alexandra Lucas Coelho (Jornalista / Público). Mediação: Reges Schwaab (UFOP)
Local: GLTA (Rua Paraná, n°136 – Centro)
  
14:00 - Oficina Como se faz um livro? 
“A trajetória do livro impresso e digital do autor ao leitor”
Bernardo Ajzenberg (Cosac&Naify), Sérgio França
Local: Anexo do Museu da Inconfidência (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
  
15:30 - Oficina Como se faz um livro? 
“O livro na imprensa”
Gabriela Máximo (Record), Cíntia Borges (Rocco)
Local: Anexo do Museu da Inconfidência (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
  
17:30 - Programação principal - Fórum das Letras 
“Processos e rituais que o escritor usa para criar”
Bernardo Ajzenberg, Fabrício Carpinejar, Fernando Molica, Santiago Nazarian. Mediação: André Nigri
Cine Vila Rica (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
  
19:00 - Programação principal - Fórum das Letras 
“A poesia nasce da filosofia?”
Antônio Cícero, Eduardo Jardim, Ignácio Martinez Castignani
Mediação: Fabrício Marques
Cine Vila Rica (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
  

25 de Novembro (Domingo)
    
10:30 - Ciclo Jornalismo e Literatura 
“Diante do outro”
Mário Magalhães. Mediação: Marta Maia
Local: GLTA (Rua Paraná, n°136 – Centro)
    
14:00 - Oficina Como se faz um livro? 
“A cara do livro: a construção da linguagem visual de capas de livro”
Leo Iaccarino
Local: Anexo do Museu da Inconfidência (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
  
Oficina Como se faz um livro? 
“Processos de produção do livro”
Elisa Rosa (Record), Lívia Vianna (Record)
Local: Anexo do Museu da Inconfidência (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
 
17:30 - Programação principal - Fórum das Letras 
“Barrocolagens para Affonso Ávila” - Homenagem ao poeta Affonso Ávila
Poetas: Mário Alex Rosa, Jovino Machado, Wilmar Silva, Simone Andrade
Cine Vila Rica (Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro)
  
19:00 - Programação principal - Fórum das Letras 
“Solidão Continental”
João Gilberto Noll


Interessado em participar? Inscreva-se aqui.
Veja a apresentação do Fórum das letras 2012 do Papolivro aqui.
Se quiser saber como foi o Fórum das letras 2011, clique aqui.

Nos encontramos lá!
Abraços
Thiago Rulius

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Fórum das Letras 2012


Para quem ainda não sabe, e ao contrário do que foi dito inicialmente, o Fórum das Letras vai ocorrer em 2012! As datas já estão definidas: 22 a 25 de novembro. E com um tema que a principio fornece possibilidades mais interessantes para debates que o tema do ano passado (leia aqui a cobertura do evento de 2011): "Como se faz um livro", tratando também de produção literária..

Alguns escritores já estão confirmados: Antônio Cícero, Eduardo Jardim, Fabrício Carpinejar, Fernando Molica, Jorge Ferreira, Lucas Figueiredo, Lucilia Neves, Nélida Piñon, Paulo Markun e Santiago Nazarian. Vamos aguardar os próximos.

Os debates ocorrerão no belo e aconchegante Cine Vila Rica e no Grêmio Literário Tristão de Ataíde.

Segundo documento divulgado no site oficial do evento, ele "tratará dos processos de criação dos escritores nos mais diversos gêneros - romance, conto, crônica, ensaio e poesia - e também da produção industrial do livro em uma grande editora."

O Fórum das Letrinhas, voltado para crianças, está mantido nesta edição.

Não bastasse tudo isso, Ouro Preto, cidade que sedia o evento, tem muito a oferecer: visitas a museus e igrejas, artesanato culinária e lojas de produtos como cachaças, balas e doces.

Programa imperdível! Aguardem resenha aqui no blog.

Abraços
Thiago Rulius

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Edital Criação Literária 2012 BN - Novidades!!

Para quem está roendo as unhas esperando o resultado da primeira etapa do edital de Criação Literária da Biblioteca Nacional - 2012, prepare-se: eles divulgaram em seu site oficial que o resultado desta etapa será divulgado na terceira semana de outubro (semana que vem)!

Vamos aguardar!

Site da BN: www.bn.br
Link direto da notícia: http://www.bn.br/portal/index.jsp?nu_padrao_apresentacao=25&nu_item_conteudo=2327&nu_pagina=1

Abraços.
Thiago Rulius

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Oficio da Palavra - Outubro de 2012

Este mês o oficio da palavra ocorre em duas datas: 07/10 com o escritor Ronaldo Simões Coelho e 30/10 com Michel Laub, sempre as 19:30 no museu de artes e ofícios de BH, na praça da estação. Abaixo o texto oficial do museu, extraído de http://www.mao.org.br/port/programacao.asp.

7/10/2012 - às 19:30
Ofício da Palavra com Ronaldo Simões Coelho
O Ofício da Palavra apresenta no dia 17 de outubro, às 19:30 o escritor Ronaldo Simões Coelho, que é mineiro de São João Del Rei, médico psiquiatra e autor reconhecido internacionalmente por sua literatura infanto-juvenil. Premiado pela Biblioteca Internacional da Juventude de Munique, tem diversos de seus livros merecendo o Selo de Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e outros selecionados para projetos como Meu Livro, Meu Companheiro. Um de seus livros recebeu o prêmio Octogone-Chêne, da França. Traduzida no México e na Bolívia, a obra de Ronaldo Simões Coelho se firma como das mais significativas no cenário da literatura brasileira. Seus textos curtos e bem-humorados cativam os leitores. A entrada é gratuita. Ofício da Palavra com Ronaldo Simões Coelho Data: 17 de outubro de 2012 Horário: 19:30 Local: Museu de Artes e Ofícios - Praça da Estação s/nº. Entrada Gratuita

30/10/2012 - às 19:30
Ofício da Palavra com Michel Laub
O Ofício da Palavra apresenta no dia 30 de outubro, às 19:30 o romancista, contista e jornalista Michel Laub. Ofício da Palavra com Michel Laub Data: 30 de outubro Horário: 19:30 Local: Museu de Artes e Ofícios - Praça da Estação, s/º Entrada Gratuita

Abraços
Thiago Rulius

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ofício da Palavra com Marina Colasanti

O projeto comemora sua 50ª edição este mês, recebendo a escritora Marina Colasanti. Vencedora de prêmios importantes como o Jabuti, ela é autora de poesias, contos, crônicas e histórias infantis, com cerca de 50 obras publicadas. Marina vem a Belo Horizonte conversar com o público sobre seus livros mais recentes, discutir os gêneros literários e falar sobre a arte da ilustração, mais um de seus trabalhos. O encontro com a escritora é às 19h30 do dia 25 de setembro, no Museu de Artes e Ofícios.

Serviço:
Ofício da Palavra com Marina Colasanti
Local: Museu de Artes e Ofícios - Praça da Estação - Belo Horizonte - MG
Dia: 25/09/2012
Horário: 19:30

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Globo News Literatura e Publishnews TV

Para quem não tem tv a cabo, o programa Globo News Literatura está disponível na internet em http://globotv.globo.com/globo-news/globo-news-literatura/.

Além dele, outra opção (que só está disponível na internet) é o PublishNews TV, disponível em http://www.youtube.com/user/PUBLISHNEWSTV/

Não deixe de conhecer!

Abraços
Thiago Rulius

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Oficio da Palavra - o melhor de BH


O que vou contar não é novidade: O ofício da palavra sempre foi o melhor evento regular com escritores de BH. Não tem o alcance e a divulgação do sempre um papo, não oferece livros do autor subsidiados e vendidos a R$5 como o evento da Academia Mineira de Letras, e não tem, na maioria das vezes, autores de mesma expressão dos dois eventos citados acima, pois mescla "medalhões" e autores da nova safra.

Mas tem um bate-papo mais descontraído, muito bem conduzido pelo mediador José Eduardo Gonçalves, que faz perguntas com conteúdo e sempre apresenta com extrema competência seus convidados, de quem (nas vezes que compareci) conhece o trabalho.

Para nós, escritores, surgem várias possibilidades: Conhecer autores contemporâneos e o que está sendo produzido atualmente por eles e por aqui, descobrir como trabalham e como foi a sua entrada no mercado literário. Se algum outro tema lhe interessa, aproveite a abertura na segunda parte do evento e pergunte diretamente ao escritor.

No ultimo evento (ontem, 28/08) com a escritora Ana Paula Maia, o papo foi mais uma vez de alto nível, com a vantagem de não terem aparecido perguntas do pessoal do curso de letras querendo interpretar o que o autor quis dizer, nem da presença de ninguém tentando se promover, como uma infeliz que pediu o microfone e resolveu cantar no meio do evento com o escritor Agualusa.

Então, para tentar fortalecer este evento que tanto prezo, vou passar a divulgar o oficio da palavra aqui no blog, e em meu twitter. Sei que é pouco, já que o movimento aqui ainda é fraco, mas se conseguir levar mais uma única pessoa até lá, terá valido a pena.

O Ofício da palavra acontece no museu de artes e ofícios, na praça da estação, centro de BH. Geralmente ocorre na ultima terça-feira do mês, as 19:30 (ou alguns minutos depois). Site oficial do museu: www.mao.org.br.

Abraços.
Thiago Rulius

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Programa Petrobrás Cultural 2012 - Produção literária: ficção e poesia

Estão abertas as inscrições para patrocinio da produção literária de escritores de ficção e poesia com no minimo um livro publicado com ISBN.

Período de inscrição: 17 de agosto de 2012 a 31 de outubro de 2012.

Recurso total de R$1.000.000 (um milhão de reais), sendo o valor por projeto de R$60.000 (sessenta mil reais).

Prazo para realização: entre julho de 2013 e junho de 2015.

OBS: Processo destinado a obras já iniciadas (e que já se encontre com cerca de 50.000 caracteres) e inéditas.

Site oficial: http://ppc.petrobras.com.br/regulamentos/producao-e-difusao/producao-literaria/

Abraços e boa sorte!
Thiago Rulius

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Prêmio Governo Minas Gerais de Literatura 2012

Estão abertas as inscrições para o prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura 2012, com distribuição de R$212 mil reais para as categorias Conjunto da Obra; Poesia; Ficção (livro de contos) e Jovem Escritor Mineiro. Para a categoria conto a obra deve ter no minimo 80 páginas.

OBS: A categoria ficção se alterna entre livro de contos e romance. Ano que vem voltamos a ter romance, para quem pensa em participar com um original deste gênero.

As obras devem ser inéditas.

Para acessar o edital do concurso e os formulários necessários para participar, clique aqui.

Boa sorte!
Thiago Rulius

domingo, 29 de julho de 2012

Meia-Noite em Paris

Gil é um escritor americano de roteiros resolvido financeiramente porém frustrado, e que tem como sonho ser um grande romancista. Ele viaja a Paris com a noiva, e esta cidade que o inspira reforça o seu desejo de trocar os roteiros pelo romance.

Em uma determinada noite, ele se perde na cidade e, ao aceitar uma carona, se vê em uma festa seguida de bares dos anos vinte na companhia de escritores como Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway e outros escritores, pintores, musicos e cineastas. Passa a encontrá-los todas as noites, e chega a ter os originais de seu romance lidos por Gertrude Stein e Hemingway.

Não vou contar toda a trama ou o filme pode perder um pouco da graça. O fato é que ele mostra muito daquele saudosismo que temos em relação ao passado, e que muitos de nós sonhamos e lamentamos não ter vivido em uma outra época, acompanhado de reflexões sobre este assunto.

Mas para nós, escritores, existe ainda um outro questionamento. Será que devemos arriscar nossa vida segura pelo sonho de ser escritor? Além disso, ainda podemos ver a insegurança de Gil em relação aos seus originais, a sua busca (bastante restritiva) por feedback e a receptividade daqueles que leram seu livro em relação a sua obra.

Assim como acontece com o recente Para Roma com amor, o filme traz imagens maravilhosas da cidade que compõe o seu nome. É muito inspirador.

Recomendo muito o filme, seja você um escritor ou não.

Abraços
Thiago Rulius

sábado, 28 de julho de 2012

Orientações para escolher e avaliar o título de sua obra

Segue abaixo dica de artigo publicado na revista Língua, com exemplos de títulos mal escolhidos, além de reflexões que podem expor uma falha na escolha de um título ou orientar o autor nesta escolha.

Clique aqui para ler o artigo.

Abraços
Thiago Rulius

domingo, 15 de julho de 2012

Bolsa BN - Funarte de criação literária

Ficam abertas até o inicio de agosto as inscrições para a bolsa de criação literária da Biblioteca Nacional / Funarte. Serão concedidas trinta bolsas no valor de quinze mil reais cada, que serão distribuídas para os projetos de romances, contos, crônicas, poemas  e novelas selecionados. Os projetos deverão ser concluídos em seis meses, e somente autores com no máximo dois livros publicados poderão concorrer.

Como o prazo é de seis meses e o valor de quinze mil reais, o valor equivale a um salário de dois mil e quinhentos reais. Pode não ser nenhuma fortuna, mas está acima da média de salário dos trabalhadores brasileiros, e pode ser a chance de começar bem ou consolidar sua carreira de escritor. Existe possibilidade de publicação de até três dos trinta projetos selecionados. Os autores não selecionados para publicação, com seu original concluído, podem enviá-los para as editoras comerciais, bastando respeitar algumas regras simples, detalhadas no edital.

Mais detalhes e download do edital, ficha de inscrição e termo de responsabilidade em http://www.bn.br/portal/index.jsp?nu_padrao_apresentacao=25&nu_item_conteudo=2230&nu_pagina=1

Em caso de duvidas, estas devem ser esclarecidas através do email bolsacriacaoliteraria@bn.br.

Abraços, boa sorte e mãos a obra.
Thiago Rulius

domingo, 1 de julho de 2012

Dicas para novos autores (em vídeo)


Navegando por aí, descobri alguns vídeos produzidos pela autora Lycia Barros no youtube, que recomendo aqui para os escritores iniciantes, com dicas relacionadas a escrita, publicação e divulgação dos livros que você venha a publicar ou já tenha publicado. Não conheço o trabalho da Lycia como escritora, mas os videos tem algumas dicas que valem a pena. Para aqueles que não tem coragem ou recursos para investir em livros para o seu aprimoramento como escritores, fica uma sugestão grátis. Tem muito lero-lero e alguma a propaganda no inicio (até por que ninguém trabalha de graça) mas no final o material vale a pena, com certeza.

Seguem links com parte dos vídeos produzidos pela Lycia:

Como enviar originais para editoras
http://www.youtube.com/watch?v=NgV-UlBQEEY&feature=relmfu

Os 10 maiores erros de autores iniciantes
http://www.youtube.com/watch?v=VQtScnBdn0U&list=FLKoh5Cwwx1W3GN5rzQD_ebQ&index=1&feature=plpp_video

Bloqueio de escrita: como me livrar?
http://www.youtube.com/watch?v=Lv9ivSOjBL8

Primeira ou terceira pessoa?
http://www.youtube.com/watch?v=sB-uIjPDg-4&feature=fvwrel&noredirect=1

Bom proveito.
Thiago Rulius

quarta-feira, 20 de junho de 2012

As três regras cósmicas da escrita

Descobri este excelente texto no blog Dicas de Roteiro. São boas dicas para colocar você, escritor, para produzir mais, e com confiança. Aproveitem. E se gostarem, posso recomendar um livro com um enfoque parecido com o texto abaixo: Palavra por palavra, de Anne Lamott.

Boa leitura!
Thiago Rulius


As três regras cósmicas da escrita
Autor: Dennis Palumbo

Como um escritor veterano e um psicoterapeuta licenciado especializado em questões de escritores, eu sei o suficiente para saber que não existem quaisquer regras quando se trata de escrever.

Exceto pelas seguintes, que eu modestamente chamo de as Três Regras Cósmicas da Escrita. Estou falando sério. Aprendam estas regras simples e, em seguida, queimem-nas em seus corações e mentes. Isso não pode machucar.

A Primeira Regra Cósmica: "Você é Suficiente".

Essa é uma indústria em crescimento: existem dezenas de palestras, livros de como-fazer e fitas de áudio prometendo lhe ensinar a escrever melhor, mais rápido, de modo mais comercial. E não há nada de errado com a maioria deles. Eu sei, eu mesmo ensino em alguns.

Porque, francamente, EXISTEM coisas que um escritor precisa aprender sobre o ofício, as tradições da narração de histórias e a realidade do mercado de trabalho. Mas para o escritor iniciante há um perigo oculto: ou seja, a crença de que se você selecionar as palestras certas, ler os livros certos ou escolher o guru certo, então você será bem sucedido. Que a pessoa que você é neste momento simplesmente não é suficiente.

Esse é um sistema de crenças clássico… escritores que acham que têm de ser algo a mais para terem sucesso – mais inteligentes, melhor educados, mais engraçados – com vidas mais interessantes, mais experiências únicas. Mais alguma coisa.

Como um terapeuta que trabalha com escritores, eu vejo isto todo dia. Escritores que sentem que, de alguma forma, não são o suficiente. Que acreditam que TODOS os outros escritores são mais talentosos, mais confiantes, menos castigados pela dúvida.

Isso me lembra aquela famosa sequência de abertura do filme de Woody Allen, "Memórias". Um Woody sorumbático senta em um vagão de trem escuro e sujo, com outras almas perdidas. Olhando pela janela, ele vê um outro carro do comboio – reluzente e brilhantemente iluminado. Dentro, homens e mulheres bonitos riem e bebem champanhe, uma visão festiva da superioridade e das regalias saídas de uma peça de Noel Coward. Woody se desespera. Por que ele não está no carro brilhante, com as pessoas brilhantes?

Certa vez, quando um escritor cliente meu fez referência a esta cena para explicar seus sentimentos, o que surgiu não foi apenas o seu senso de si próprio como inadequado, mas algo mais, mais insidioso e destrutivo. Ou seja, a ideia de que ele tinha recebido uma mão de cartas ruim – "Eu estou no carro errado" – por causa de defeitos intrínsecos em si mesmo. Se ele fosse um escritor melhor – mais inteligente, mais talentoso, o que for – ele estaria no carro certo. Aquelas pessoas felizes e brilhantes estavam no vagão de trem brilhante porque MERECIAM estar lá, enquanto ele não.

Posteriormente, em nosso trabalho juntos, seus comportamentos auto-sabotadores puderam ser entendidos como um resultado natural de sua crença em si mesmo como basicamente defeituoso. Quando este doloroso auto-conceito foi iluminado e desafiado com sucesso, as coisas começaram a mudar em sua visão de si mesmo.

O que este episódio ilustra é o perigo real para a sua escrita em ver a si mesmo como inferior, não suficiente. Reconhecidamente, uma crença auto-limitante muito comum. Para a qual eu ofereço esse pensamento, que vai lhe economizar milhares de dólares em contas de terapia e cortar fora anos de sua jornada espiritual: todo mundo acha que a festa está acontecendo em algum outro lugar.

Mas não está. Está acontecendo bem aqui, agora. Com você.

Você – com todas as suas dúvidas e medos, alegrias e tristezas – é suficiente. Você – que está lendo estas palavras neste mesmo instante – tem tudo o que precisa para se tornar o escritor que deseja ser.

"Eu?", você pode estar perguntando. "Assim como eu sou?"

Sim, você, que pode, neste momento, estar se sentindo assustado, frustrado, bloqueado, desencorajado. Se este é o caso, junte-se ao clube. Porque assim sentem-se todos os outros escritores do mundo, mesmo os mais bem sucedidos, que, afinal de contas, já foram escritores batalhadores um dia.

E agora que são bem sucedidos, adivinhe? Eles ainda lutam. Eles têm as mesmas dúvidas, medos, anseios, preocupações. Eles simplesmente não dão a estes sentimentos os mesmos significados negativos que você dá. Escritores inteligentes reconhecem seus sentimentos como informações importantes sobre sua vida interior, como a matéria-prima do seu ofício de escrita. Apenas lenha para a fogueira.

O que me traz à Segunda Regra Cósmica da Escrita: "Trabalhe Com o Que Lhe é Dado".

Uma das minhas tirinhas favoritas da New Yorker, feita por George Booth, retrata um escritor atormentado, obviamente "bloqueado", sentado em frente à sua máquina de escrever, papéis amassados espalhados, rodeado por literalmente dezenas de cães – cochilando, latindo, pendurados nos parapeitos das janelas etc. A esposa do escritor está em pé junto à porta, encarando ele com fatigado desdém. "Escreva sobre cães", diz ela.

À parte o seu humor negro, a verdade da tirinha é que o escritor frustrado frequentemente não vê que um assunto para a sua escrita está bem na frente dele – os cães; ou seja, os elementos óbvios que de fato habitam sua vida.

Em outras palavras, trabalhe com o que lhe é dado. Os escritores têm de praticar VER, realmente ver o mundo ao seu redor. Como escritor, o seu trabalho é fazer isso consciente e artisticamente, usando a habilidade e a imaginação, assim como a memória e a reflexão. Você tem que prestar atenção.

Tolstói disse: "Ame aqueles que Deus colocou diante de ti"; o Tao diz: "Ame as Dez Mil Coisas". Em resumo, ame, ou seja – veja – tudo.

O que quero dizer com isso? "Amar" a totalidade do que vivenciamos é aceitar todas as nossas reações a isso, ser inspirado pela variedade de modos que vivenciamos os eventos, bons ou ruins, dolorosos ou alegres. A tarefa do artista é ver cada momento – e nossa reação a ele – como potencialmente interessante, desafiador e digno de nossa participação criativa.

Visto desta perspectiva, um escritor nunca estará entediado, nunca ansiará que as coisas em sua vida sejam mais emocionantes, mais interessantes, mais qualquer outra coisa do que realmente são. Exceto, é claro, quando você REALMENTE se sente assim; neste caso, você deve escrever sobre este tédio ou esta ânsia. Essa é a sua munição para esse dia em especial. É trabalhar com aquilo que lhe foi dado.

O que me leva à Terceira (e, felizmente, última) Regra Cósmica da Escrita… ou seja, "Escrever Gera Escrita".

Se você está empacado em uma cena difícil, escreva-a de qualquer jeito.

Escreva-a mal. Escreva-a em verso. Escreva-a como um registro de diário, um discurso Dennis Miller. Se você está frustrado por estar empacado, escreva sobre isso. Eu não ligo. Mas escreva.

Se você tem raiva, sentimentos de auto-crítica, os dê a um personagem da sua história. Se não houver um candidato provável, invente um. Há UM, de qualquer maneira: você. Suas angústias, dúvidas, medos e frustrações são tão vitais e elementares para o que você está escrevendo quanto qualquer personagem ou ponto de virada da trama. Poderia muito bem fazer uso deste fato.

Escrever gera escrita. Assim como preocupar-se gera preocupação. Obcecar-se gera mais obsessão. Andar para frente e para trás gera – bem, você captou a ideia.

Quando você se arrisca a escrever de onde você está, você põe em marcha todo um conjunto de processos internos. A primeira frase podre que você escreve tem uma vida que você pode habitar, avaliar, anular. Esta primeira tentativa pode ser substituída por uma segunda frase, com sorte menos podre – talvez um bom pedaço de descrição ou uma afiada linha de diálogo.

Ou talvez não. Mas isso não importa. Apenas continue em frente. Como William Goldman nos lembra, algumas cenas que você escreve serão apenas lodo, mas elas são importantes tecidos conjuntivos. Elas mantêm as coisas em movimento; são elos de uma cadeia. Elos fracos, talvez, mas você sempre pode voltar e fortalecê-los mais tarde.

Com o quê? O conhecimento de que você já escreveu, por exemplo, porque escrever não apenas gera escrita, isso também gera – e reforça – a realidade de que você pode escrever; aquelas páginas vão se acumular.

Olhe isto deste modo: Cada hora que você gasta escrevendo é uma hora que NÃO passou se preocupando com a sua escrita. Todo dia que você escreve é um dia que NÃO gastou sentado em uma cafeteria, reclamando de que não escreve nada.

Escrever gera escrita. Não escrever gera… bem… nenhuma escrita. Você faz a matemática.

Aí estão: as Três Regras Cósmicas da Escrita.
1) "Você é Suficiente".
2) "Trabalhe Com o Que Lhe é Dado".
3) "Escrever Gera Escrita."

As quais apontam todas para uma regra, na verdade. Escreva agora. Não espere. Escreva agora. E continue escrevendo.
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Fonte: http://dicasderoteiro.com/2011/05/16/as-tres-regras-cosmicas-da-escrita/
Tradução do texto: Valéria Olivetti

domingo, 17 de junho de 2012

Concursos literários - Sugestões de mudança


               Tenho participado com alguma regularidade de concursos literários, buscando uma forma de avaliação de meus trabalhos como escritor. É um método bastante impreciso, claro, já que se você não for um dos premiados nem receber uma menção honrosa, ficará sem qualquer feedback dos textos enviados. Exemplificando: Um concurso literário vai premiar e publicar três autores, e mais dois como menção honrosa. Este concurso teve mil inscrições. Se você ficar entre os cinco primeiros, parabéns! Além de receber uma avaliação, muito provavelmente imparcial e verdadeira de seu trabalho, ainda pode receber prêmio, ser publicado, receber uma placa, medalha ou certificado. Mas e se não foi um destes cinco autores? Aí, você não saberá sequer se ficou classificado em sexto ou ultimo lugar. Ou seja, a avaliação de seu original, as vezes valorizada como um prêmio, não vai ocorrer.

                Mas por que estou falando tudo isso? Porque acho que as regras para os concursos literários estão um tanto defasadas. Os editais dos concursos que participei aparentemente seguem um modelo padrão, que em minha opinião deveria sofrer algumas atualizações de forma a facilitar a vida dos participantes, dos organizadores, e muito importante, dar um basta em relação a geração indiscriminada e desnecessária de lixo.

                Utilizando ainda o exemplo citado acima: Em um edital padrão, são solicitadas três ou quatro vias do texto impresso com espaçamento (o que acho justo com quem vai ler), mas impresso em apenas uma face da folha. Por que não permitir a impressão nas duas faces da folha? Bastaria uma nova cláusula dizendo que, para aqueles que imprimissem nas duas faces, o papel deveria atender a uma gramatura mínima. Apenas esta medida poderia reduzir o gasto com papel a pouco mais da metade do consumo atual. Para o nosso exemplo, se considerarmos que se trata de um concurso de contos temos: mil trabalhos, impressos em quatro vias, com, digamos, quatro páginas cada conto: 1000 x 4 x 4 = 16.000 folhas! Achou muito? Então agora imagine se este concurso fosse para romances com cento e cinquenta páginas: 1000 x 4 x 150 = 600.000 folhas! Não é um absurdo? Não seria genial se pudéssemos diminuir 30 ou 40% deste volume?

                Outra medida que me parece possível é deixar de imprimir uma cópia de cada texto por jurado. Afinal, eles não lêem todos os textos ao mesmo tempo. Por que não reduzir o numero de cópias a metade e reparti-las entre os jurados? Eles leriam os textos que estão em seu poder (poderiam rubricar a primeira página dos já lidos, para não criar confusão) e depois trocariam estes com os demais jurados. Teríamos então outra economia de 50% no numero de folhas impressas. Além disso, poderiam, junto a rubrica, dar uma nota, digamos, de um a cinco, e assim dar algum feedback aos escritores. Não entrando em contato com cada um, algo muito trabalhoso, mas talvez divulgando uma lista no site, abaixo dos vencedores. Acho que poderia ser uma possibilidade para pensar e amadurecer a idéia.

                Por ultimo, temos agora alguns concursos que pedem uma cópia dos trabalhos em CD junto ao envelope de inscrição. Esta me parece a mais descabida das medidas. Motivo: Se dos mil participantes, apenas cinco serão premiados, serão necessários apenas cinco dos mil CDs enviados a organização do concurso. Os demais novecentos e noventa e cinco CDs serão enviados diretamente para o lixo, sem nenhuma utilização. Cada um destes CDs pode levar até 450 anos para se deteriorar, segundo o site http://www.araraquara.sp.gov.br/Pagina/Default.aspx?IDPagina=2143. Não é terrível? Uma solução: solicitar o envio do texto somente aos vencedores, por email ou até por CD mesmo, afinal agora estamos falando apenas de cinco unidades. E adicionar a cláusula dizendo que, se o vencedor não enviar o conto em meio digital em determinado prazo, está desclassificado.

                Se tiverem novas idéias, por favor, comentem. E se concordam com as sugestões acima, que tal compartilhar? Se um único concurso aderir a estas mudanças, já terá valido a pena.

Abraços.
Thiago Rulius
               

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Confissões de um Peregrino – Juan Arias (entrevistando Paulo Coelho).

Outro dia, vasculhando as biografias de escritores brasileiros na biblioteca publica Luiz de Bessa, aqui em BH, vi um livro de entrevistas com o Paulo Coelho. Nada de mais, pensei. Afinal, não me considero fã do mago. O único livro dele que li foi o diário de um mago, isso há uns quinze anos atrás. Até gostei do livro, mas não a ponto de colocá-lo entre os meus favoritos.

Apesar disso, peguei o livro e decidi dar uma folheada. Não devido a qualidade do autor, ou a sua excentricidade, mas sim por outro motivo, que certamente desperta curiosidade em outros escritores: seu estrondoso sucesso comercial.

O livro todo é uma grande entrevista, sendo cada capítulo relacionado a um assunto: religião, política, leitores, escrita. Escrita. Por este capitulo, me decidi. Peguei o livro emprestado para aprender um pouco sobre o autor brasileiro mais traduzido de todos os tempos.

O que achei do livro? Passei a conhecer o ponto de vista do autor em vários assuntos abordados no livro, alguns sem a menor importância ou do tipo fofoca. O ultimo capitulo do livro, uma conversa entre Paulo Coelho, Juan Arias (o entrevistador) e algumas adolescentes não tem nada a ver com coisa nenhuma e não acrescenta nada, e o capitulo de escrita, que pensei tão promissor, teve apenas algumas boas perguntas.

Apesar disso, gostei de algumas respostas do autor, realmente construtivas, mesmo no capitulo chamado de "os sinais", com temas voltados a religião e a espiritualidade, assuntos que não costumo discutir ou dar muita bola. Mas uma resposta do mago disse muito do que penso e que vejo acontecer por aí. Está transcrita abaixo:

Pergunta: O que seria então para você um ateu?
Resposta: Para mim, o fato formal de crer ou não em Deus não muda nada. Conheço ateus que se comportam em sua vida mil vezes melhor que muitos que se dizem crentes. Porque às vezes o crente tem a tentação de se converter em juiz de seu próximo pelo fato de que acredita em Deus. Para mim, um ateu é o que manifesta Deus só através de suas obras. Como dizia Santiago, o apóstolo, o que nos permite reconhecer-nos como filhos de Deus são as obras, não nossa profissão de fé. "Mostra-me suas obras e eu te mostrarei tua fé", dizia.



Fonte: livro Confissões de um peregrino – Juan Arias (entrevistando Paulo Coelho).
Editora Objetiva


Então, voltando ao livro... É uma leitura que recomendo? Sim, se você não tem um bom livro em mente. Não é coisa do outro mundo, mas tem boas informações, apesar do papo seguir muito para o lado espiritual, que não agrada a qualquer um. Recomendaria especialmente para quem é fã do autor. Para os demais, podem existir outras opções mais promissoras.

Boa leitura!

Abraços.
Thiago Rulius

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Degustação de Contos - Luiz Vilela

Gosto muito dos contos do Luiz Vilela. Gosto tanto que um dia comentei com amigos que entre seu livro Contos Eróticos e o Felicidade Clandestina, da Clarisse Lispector, fico com o primeiro. Teve gente que se indignou, mas é o que penso. Além do mais, o Contos Eróticos é também um livro muito divertido, e uma aula para quem quer aperfeiçoar os diálogos de seus textos.

Para quem quiser conhecer, o site releituras tem um conto do autor que faz parte deste livro na íntegra, para degustação. Clique aqui para ler.

Se você pretende degustar mais algum conto deste livro diretamente nas livrarias, recomendo os contos Confissão e Depois da aula.

Abraços
Thiago Rulius

sábado, 26 de maio de 2012

A Literatura em BH

    Conheço muita gente que acha BH uma roça em termos de cultura, que acha que não acontece nada nesta cidade e que estamos anos luz atrás de São Paulo. Na comparação com São Paulo, realmente BH está muito atrás mesmo, e fatos como o cancelamento da bienal do livro de minas este fim de semana, devido a uma interdição do expominas fazem a cidade parecer mesmo uma roça em alguns momentos. Mas não penso assim. Acho que temos um movimento cultural razoável na cidade, recebendo espetáculos culturais de expressão em varios segmentos, com musicos internacionais, escritores de renome, exposições (como a Caravaggio e seus seguidores, que vai até 15/07/2012 na casa fiat de cultura e que recomendo), entre outros.

    Falando especificamente de literatura, que é o que diz respeito a este blog: temos a biblioteca publica Luiz de Bessa, na praça da liberdade, que tem um movimento muito aquém de sua capacidade nos setores de empréstimos, referência e periódicos. Falo destes setores, pois os frequento com regularidade e vejo que são subutilizados, talvez por desconhecimento da população. Para consultar o acervo da biblioteca Luiz de Bessa sem sair de casa, clique aqui. Para quem não tem acesso fácil a esta biblioteca, ainda há uma mini biblioteca no metrô de BH, estação central (praça da estação), que oferece livros para empréstimos e tem o acervo disponível para consulta aqui (este um site de pior navegação).

    Para participar de mesas redondas com o seu autor preferido e conseguir uma dedicatória, temos três eventos regulares em BH:

  • Ofício da Palavra: Realizado no saguão do museu de artes e ofícios. Tem um perfil diferente dos outros, pois a maioria dos autores são do tipo “revelação”, ainda desconhecidos de muita gente mas que estão despontando. No meu ponto de vista é o melhor evento para aqueles que estão escrevendo, pois as perguntas são mais direcionadas ao início da carreira, publicação e modo de trabalho destes autores. Geralmente o encontro ocorre na ultima terça-feira do mês, sempre as 19:30. Veja a programação do museu de artes e ofícios para conhecer os próximos autores agendados.

  • Bate-papo com o autor: realizado na academia mineira de letras (rua da Bahia, 1466). O lugar tem capacidade para cerca de cem pessoas, mas geralmente a procura é alta, fazendo com que os mais interessados precisem chegar com cerca de uma hora de antecedência. Neste evento os primeiros cem leitores a chegar podem comprar o livro do “autor da vez” a cinco reais. Não bastasse isso, os autores convidados geralmente tem carreira consolidada e atraem muito publico.

  • Sempre um papo: Encontros com autores em diversas espaços de BH, democratizando o acesso dos leitores. Acho que a mediação não é tão bem conduzida neste evento, em relação aos demais.  Por este motivo considero o sempre um papo inferior aos outros dois eventos citados acima. Mas vale a pena conferir. Veja a agenda clicando aqui.

    Além das opções citadas acima, ainda temos eventos esporádicos acontecendo com alguma frequência em BH. Infelizmente, para tomar conhecimento destes, somente buscando a informação, já que não são lá muito divulgados. Recomendo o site guia entrada franca, além dos flyers disponíveis na biblioteca publica, palácio das artes e outros locais ligados a arte e cultura.

Abraços
Thiago Rulius