domingo, 4 de setembro de 2011

Rumos da literatura para jovens (mesa redonda) - Cobertura do Salão do livro infantil e juvenil de Minas Gerais

Mesa redonda: Rumos da literatura para jovens
Participantes: Luis Giffoni, Ligia Cademartori e Vera Maria Tietzmann.
Mediação: Maria Zélia Versiani
Local: Salão do livro infantil e juvenil de Minas Gerias 2011


No ultimo sábado retornei ao Salão do livro infantil e juvenil de Minas Gerais, para assistir a mesa redonda Rumos da Literatura para Jovens. Fui como um curioso, sem a certeza de que a “pauta” da mesa pudesse ser aplicada ao meu trabalho como escritor amador. Nunca produzi texto algum que possa ser classificado como literatura infantil ou juvenil.

Com o início da discussão pude perceber que o tema interessaria a qualquer escritor. Ligia Cademartori foi a primeira a se manifestar, questionando a existência de uma “literatura juvenil”. E o debate correu muito neste caminho. Crianças lêem literatura infantil, claro. Mas, e os jovens? Lêem o que chamamos de literatura juvenil, mas também lêem livros para adultos. Ligia ainda citou casos de escritores como Luiz Ruffato e João Paulo Cuenca (entre outros), que ela conversou no passado e perguntou sobre livros que marcaram a entrada deles para o mundo literário. Não o primeiro livro que eles leram, mas o primeiro livro marcante, que fez diferença: segundo ela todos responderam títulos para adultos, lidos na adolescência. E aí, pensando no meu caso, foi à mesma coisa. A escola me mandou ler alguns livros de adolescentes, que hoje já nem me recordo mais, pois eram livros fracos e/ou de pouco conteúdo. E hoje ainda me lembro de alguns livros infantis que me marcaram, e depois destes tenho recordações claras somente dos livros para adultos.

Talvez a categoria de livros juvenis, como alguém disse por lá, só exista movida pelas compras destes livros pelas escolas. Se estas comprassem livros para adultos, estariam fazendo muito mais tanto para os alunos quanto para a literatura em geral, e desta forma trazendo os jovens para o mundo da literatura de forma mais eficaz (devido a qualidade e interesse das obras adultas). Como disse (e muito bem) o Luis Giffoni, em relação aos jovens terem de ler livros infantis muitas vezes de péssima qualidade e conteúdo (não exatamente com estas palavras): O jovem de dezesseis anos tem maturidade suficiente para ajudar a decidir o destino do país, mas literariamente não pode decidir o próprio destino. Para exemplificar os livros juvenis de baixa qualidade ou nonsense, ele citou um livro com um titulo do tipo Machado de Assis contado por vampiros. É mole? Isso espanta qualquer um. Outra colocação muito pertinente do Luis foi o fato destes livros juvenis não tratarem com profundidade temas como sexo e morte, que obviamente interessa (e muito) aos jovens.

A conclusão é que os jovens podem ser considerados como adultos, e por isso tem condições de ler literatura adulta e livros em texto integral, sem precisar de adaptações (estas válidas em especial para introduzir crianças no mundo literário). O tamanho do livro, quando este agrada ao leitor, não assusta. Eu mesmo li O Senhor dos anéis, com as suas mais de mil páginas, aos treze anos, e o que tem de jovem que leu a série Harry Potter inteira por aí, não é brincadeira.

Então, vamos refletir sobre este assunto?

Voltando ao salão, ainda ocorrerão outras mesas redondas no Salão do livro infantil e juvenil de Minas Gerais. Vamos aproveitar. Espero cobrir mais mesas redondas ou bate-papo com autores. Aguardem novidades.

Para ver a programação no site oficial do evento clique aqui.

Abraços.
Thiago Rulius

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